Depois de algum tempo sem palavras volto movida pela inocência sorridente de quem ainda não conseguiu parar de sonhar. Uma tarde a olhar para o rio e uma história bonita à noite serviram de mote para os sonhos verdes e azuis, cheios de terraços de arroz, véus, relevos e madeiras molhadas. A vida primária daquele paraíso místico original atrai-me fortemente e só me faz desejar amar em Bali. Nos próximos dias vou dormir lá, ler lá, andar por lá e ser apanhada pela chuva e pelo sol tropicais. Tenho pena que, previsivelmente, entretanto isto passe: o estudo da próxima semana e a perspectiva de mais 6 anos exaustos de curso que antecederão uma vida cheia de obrigações e responsabilidades, farão desvanecer a minha fantasia apaixonada. Para já, a esperança da idade que teima em permanecer, e que faço por acreditar ser a ponte entre a fantasia e a possibilidade real, ainda me permite dizer - Talvez um dia vá contigo ao outro lado do mundo, apaixonada, dormir, ler, andar e apanhar chuva e sol.