Ventos Aqui me encontro e confundo...

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Manhãs

Adoro as manhãs: Acordar contigo e ficar a molengar na cama o máximo de tempo possível, quentinhos, juntos por baixo do lençol e do cobertor da primeira noite de frio do Outono. Tomar banho contigo quando o sol ainda está a nascer. Sair de casa e esperar que feches a porta. Entrar no supermercado pequenino que cheira a chuva e ao primeiro pão quente do dia, com a confiança das mãos dadas, e comprar dois croissants frescos, um de chocolate e outro de amêndoa, e dois leites com chocolate vigor para o pequeno almoço. Ouvir e retribuir o bom dia bem disposto da senhora da caixa. Iniciar o caminho para as faculdades juntos, apanhar o mesmo metro, alheios à multidão da hora de ponta, e ainda encostar a minha cabeça ensonada ao teu ombro na tentativa de perpetuar a manhã que é apenas nossa e que segreda aquilo que nos une. Na despedida, o beijo de até logo na paragem certa e o enfrentar o dia de chuva com a felicidade que vem de dentro. 
Adoro adormecer contigo e sentir-te presente durante a noite mas acho que o que adoro mais é o sentimento cúmplice das manhãs depois de uma noite perfeita.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Vou tentar ir sem ti

Vou tentar ir sem ti. Pensei em não ir, parece não fazer sentido. Foi um ano à espera, foi desejar todos os dias aqueles dias. Foi esse desejo, essa esperança da felicidade e realização plenas que me fez suportar muitos dos dias. O meu instinto de sobrevivência ou de auto-preservação levou-me para lá várias vezes durante este ano difícil de alterações profundas naquilo que tomava como constante. E agarrei com tanta força este nosso sonho durante este ano que preciso de tempo para lhe adaptar a realidade.
Sei que o ouvir a primeira voz, e sentir o primeiro vento não vai ser tão puro e limpo sem ti. Sei que não vou dançar nem viver a dança como deve ser mesmo vivida sem ti e a tua autenticidade, sem as nossas esperanças, sorrisos e partilha do sentimento realizado em cada movimento. Porque é a nossa verdadeira amizade que faz estes dias que vivemos como nossos, meus, teus e da terra. Mas vou voltar sem ti. Não vou para o mesmo sitio nem para os mesmos dias, esses continuam nos sonhos, à espera do próximo ano, mas vou criar naquele espaço outras memorias minhas, memórias minhas e de outros muito especiais onde estarás sempre presente. 





domingo, 25 de março de 2012

E num fim de semana que tinha tudo para ser frio, a chuva deu lugar a uma noite quente, e rimos e chorámos os dois sentados num chão de pedras e natureza. Como me dizes, é nesta bonança depois das tempestades, que nos vamos construindo. Guardo agora a flor que trouxe da noite que passamos os dois no chão ao sabor da lua, e enquanto o faço lembro-me das imagens, sons e toques que trouxe também comigo. Estes guardo-os na minha vida e sei que, entre inseguranças, são um porto para onde posso sempre voltar.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O teu efeito

Apercebo-me que ando com borbulhas na cara, com os olhos apenas semi-abertos, com a roupa sem cuidado ou mesmo com a do dia anterior, sem paciência, zangada comigo, assustada ou mesmo aterrorizada com a perspectiva dos dias futuros, mas "giraça", bem disposta e com vontade de brincar, sorridente que até irrita, com um vestido novo e umas meias compradas de propósito, confiante e cheia de esperança.