Hoje chorei. Chorei quando aparentemente o motivo fazia sorrir. Por isso chorei também, encostada à grade escura, a olhar para o castelo e para o miradouro da Graça enquadrados num céu azul limpo. O sol aquecia-me as costas, o vento gelava-me a mão que segurava o casaco. Eram 14.30h quando entrei na faculdade. Quando vi a pauta não consegui conter tudo o que não se libertava há já algum tempo. Em mim, a esperança é um sentimento muito resistente, e por isso, no fundo, acreditava que era possível, contudo a mentalização do resultado negativo nos últimos dias fez-me crer que continuamente me julgo superior àquilo que sou. Telefonei-te a dar a boa novidade, foi muito bom ouvir a tua voz de orgulho e o riso expressivo do pai ao fundo muito feliz por mim. Fiz com que não reparassem no choro da minha voz invulgar porque hoje quis-me chorar sozinha, sem julgamentos e tentativas de compreensão. Foi bom sentir quem, sem qualquer dúvida minha, me quer todo o bem.
Hoje, as lágrimas que cairam em silencio aliviaram, lavaram a alma, e disseram muito mais para além do percebido. Hoje deito-me cedo, que as lágrimas também cansaram. Nunca senti tantas saudades de alguém como hoje.
Hoje, as lágrimas que cairam em silencio aliviaram, lavaram a alma, e disseram muito mais para além do percebido. Hoje deito-me cedo, que as lágrimas também cansaram. Nunca senti tantas saudades de alguém como hoje.