Ventos Aqui me encontro e confundo...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

- Eu também.

"- Vim só dizer boa noite.
 - Boa noite. Dorme bem.
 - (olhas para mim e observas o que faço fixamente)
   Gosto de te ver estudar assim.
 - É para compensar o fim de semana grande de férias! (respondo, como sempre, irreflectidamente)
 - Não é isso. Gosto de te ver estudar assim o que estás a estudar.

São estes momentos que me voltam a dar sentido. Não devia ser necessário, mas esqueço-me muitas vezes de valorizar a concretização. Obrigada por me mostrares tão espontâneamente que estás feliz por mim. Lembras-me que eu também estou.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Se me encontrarem, deixem-me ficar por lá.

Depois de algum tempo sem palavras volto movida pela inocência sorridente de quem ainda não conseguiu parar de sonhar. Uma tarde a olhar para o rio e uma história bonita à noite serviram de mote para os sonhos verdes e azuis, cheios de terraços de arroz, véus, relevos e madeiras molhadas. A vida primária daquele paraíso místico original atrai-me  fortemente e só me faz desejar amar em Bali. Nos próximos dias vou dormir lá, ler lá, andar por lá e ser apanhada pela chuva e pelo sol tropicais. Tenho pena que, previsivelmente, entretanto isto passe: o estudo da próxima semana e a perspectiva de mais 6 anos exaustos de curso que antecederão uma vida cheia de obrigações e responsabilidades, farão desvanecer a minha fantasia apaixonada. Para já, a esperança da idade que teima em permanecer, e que faço por acreditar ser a ponte entre a fantasia e a possibilidade real, ainda me permite dizer - Talvez um dia vá  contigo ao outro lado do mundo, apaixonada, dormir, ler, andar e apanhar chuva e sol. 

sábado, 19 de junho de 2010

Nostalgia

"- E quando pedi ao teu irmão para te dizer que estava aqui ainda fiquei a pensar naquilo que ia dizer quando te voltasse a ver..."

Foi tão fácil. Uma gargalhada e um abraço, e conversávamos outra vez como se estivéssemos ainda em 2005. Foi como se nunca tivéssemos ido por caminhos diferentes, como se o P ainda se sentasse na mesa em frente ao R, ao S e ao V, e a Rita ainda fosse ás nossas aulas de EVT. Nós seguimos, e não acredito que estejamos tão iguais como tu dizes que estamos, mas hoje confirmámos que a nossa amizade ficou imóvel, à nossa espera.
Tanto tempo perdidos e despercebidos no tempo, é tão bom voltar a encontrar assim, inesperadamente, a nossa cumplicidade.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Desvanecer

Enquanto muitos chegam a casa, eu continuo a olhar para os livros e cadernos abertos na mesma página, há mais de duas horas. Queria tanto agarrar isto como agarro o mapa e a minha bússula depois do relógio ter dado o sinal da minha partida. O bem estar e a motivação que me fazem correr por entre montes, árvores, rios e cercas não têm existido neste plano real em que o relógio já apitou há muito tempo, mesmo não tendo feito o tal pii que eu tão bem reconheço. O teste é amanhã. A responsabilidade é, desta vez, tão grande que acho que não consigo sentir bem a sua forma e peso. Há tanto tempo que não entro na floresta com a ambição de quem vive apenas para desfrutar todos os segundos. São as prioridades que me fazem faltar. Repito, é a minha estrutura e ordem de prioridades que me faz faltar. Talvez eu não esteja nessa ordem, mas sim o que eu espero ser. Talvez. Amanhã vou ao teste. A matéria não está toda estudada. 3/5 não serão seficientes. Talvez sejam. Já antevi o pior e mais provável cenário várias vezes, apesar disso ainda não lhe dei a importância exigida. Mas desde quando é que me contento com o suficiente? Não acredito que assim seja. Os últimos pontos ainda estão longe, já estou toda cheia de picos nas pernas e nas mãos. O cansaço faz com que eu veja cada vez pior e a clareza dos montes, árvores, rios e cercas vai-se desvanescendo. Eu continuo a correr mais, ou menos, sempre movida pela esperança de estar a realizar o caminho que faz o final compensar e querer voltar na próxima prova. Já não é a primeira vez que estou nesta cena. Já hoje, não sei se é este o caminho. É tudo novidade e pouco me faz acreditar que é esta mesma vida que quero agarrar como agarro o mapa e a minha bússula, que me fazem ir por caminhos sempre imprevisiveis, mas nos quais eu me coloco completa.         

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Comunidade


Cheguei. Foi uma viagem longa a que fiz pela segunda vez. Já não me lembrava do quão longa era quando a iniciei, e tenho certeza que me vou esquecer novamente, rapidamente. Já não a sinto tão longa, e ainda agora cheguei. 
"Deixei lá parte de mim" disse-me ela no regresso. Eu também deixei. É neste espírito de Páscoa que acredito: a Renovação. Não é fácil passar esta data longe da família, especialmente neste ano difícil, apesar disso consegui aceitar este desafio, o que vejo agora ter enriquecido muito o meu caminho de esperança, confiança, caridade, perseverança e oração.
Arriscar e aceitar as consequência do risco e das dúvidas. Tenho que fazer isto mais vezes. É que há tanta coisa bonita ainda por viver...

Carlota, Carolina, Constança, Cris, Fissas, Mafi, Manel, Mikas, Nuno, Rodrigo e Vânia, a vossa presença foi tão surpreendente que não posso deixar de referir que foi o ponto de partida para a intensidade dos sentimentos. Digo-vos, neste momento, que chego feliz, do mundo frio, de vales, lagos e silêncios, à realidade quente, de cimento, fumo e confusão. O que virá depois? Virá seguramente.



Bleibet hier und wachet mit mir.Wachet und betet.

sexta-feira, 12 de março de 2010

O melhor concerto no pior dia.O pior momento a acontecer aos melhores amigos. Graça de Deus, onde estás?

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010


"Alfama não cheira a fado
Mas não tem outra canção."
 








 
 






E presa nesta identidade vive enleada no dia e na noite da cidade. Entre o sabor do silêncio disseste-lhe que sentirias a sua falta, nesse momento a luz da cidade aqueceu-a, mas logo a sua canção de água percorreu as suas escadas. Ficou então fechada em paredes molhadas presa num cheiro que não é seu.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

outro dia lado a lado

Hoje voltei a puxar a ponta do laço cor-de-rosa-bonito que guarda as cartas que me escreves-te compulsivamente, e que eu li diariamente do mesmo modo. Hoje voltei a le-las e o sentimento foi o da primeira vez . Acho que não é preciso nenhuma razão extraordinária para as ler e celebrar a amizade, mas desta vez, abri o embrulho porque precisei de te ouvir. Sábado voltámos a estar juntos como há muito não o fazíamos e fiquei sem vontade de sair dali. As folhas têm a data de 2008 (assustador) mas ainda nos têm lá, tal como fomos, tal como somos. Hoje gostei de te ouvir, de nos ouvir, em momentos de vida ainda simples. 

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

touched

Porque podíamos ser nós, se soubessemos dançar.