Enquanto muitos chegam a casa, eu continuo a olhar para os livros e cadernos abertos na mesma página, há mais de duas horas. Queria tanto agarrar isto como agarro o mapa e a minha bússula depois do relógio ter dado o sinal da minha partida. O bem estar e a motivação que me fazem correr por entre montes, árvores, rios e cercas não têm existido neste plano real em que o relógio já apitou há muito tempo, mesmo não tendo feito o tal pii que eu tão bem reconheço. O teste é amanhã. A responsabilidade é, desta vez, tão grande que acho que não consigo sentir bem a sua forma e peso. Há tanto tempo que não entro na floresta com a ambição de quem vive apenas para desfrutar todos os segundos. São as prioridades que me fazem faltar. Repito, é a minha estrutura e ordem de prioridades que me faz faltar. Talvez eu não esteja nessa ordem, mas sim o que eu espero ser. Talvez. Amanhã vou ao teste. A matéria não está toda estudada. 3/5 não serão seficientes. Talvez sejam. Já antevi o pior e mais provável cenário várias vezes, apesar disso ainda não lhe dei a importância exigida. Mas desde quando é que me contento com o suficiente? Não acredito que assim seja. Os últimos pontos ainda estão longe, já estou toda cheia de picos nas pernas e nas mãos. O cansaço faz com que eu veja cada vez pior e a clareza dos montes, árvores, rios e cercas vai-se desvanescendo. Eu continuo a correr mais, ou menos, sempre movida pela esperança de estar a realizar o caminho que faz o final compensar e querer voltar na próxima prova. Já não é a primeira vez que estou nesta cena. Já hoje, não sei se é este o caminho. É tudo novidade e pouco me faz acreditar que é esta mesma vida que quero agarrar como agarro o mapa e a minha bússula, que me fazem ir por caminhos sempre imprevisiveis, mas nos quais eu me coloco completa.
Ventos Aqui me encontro e confundo...
sexta-feira, 16 de abril de 2010
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Comunidade
Cheguei. Foi uma viagem longa a que fiz pela segunda vez. Já não me lembrava do quão longa era quando a iniciei, e tenho certeza que me vou esquecer novamente, rapidamente. Já não a sinto tão longa, e ainda agora cheguei.
"Deixei lá parte de mim" disse-me ela no regresso. Eu também deixei. É neste espírito de Páscoa que acredito: a Renovação. Não é fácil passar esta data longe da família, especialmente neste ano difícil, apesar disso consegui aceitar este desafio, o que vejo agora ter enriquecido muito o meu caminho de esperança, confiança, caridade, perseverança e oração.
Arriscar e aceitar as consequência do risco e das dúvidas. Tenho que fazer isto mais vezes. É que há tanta coisa bonita ainda por viver...
Carlota, Carolina, Constança, Cris, Fissas, Mafi, Manel, Mikas, Nuno, Rodrigo e Vânia, a vossa presença foi tão surpreendente que não posso deixar de referir que foi o ponto de partida para a intensidade dos sentimentos. Digo-vos, neste momento, que chego feliz, do mundo frio, de vales, lagos e silêncios, à realidade quente, de cimento, fumo e confusão. O que virá depois? Virá seguramente.
Bleibet hier und wachet mit mir.Wachet und betet.
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